"Em seis dias, Deus criou o céu e a terra. No sétimo, se suicidou."
O Rei da Morte representa o início da maturidade técnica de Buttgereit. Se Nekromantik apresentava praticamente cenas aleatórias costuradas com repulsão, O Rei da Morte, mesmo sendo um filme dividido em capítulos (sete suicídios em sete dias da semana), consegue fazer conexões entre uma trama e outra, sem se tornar maçante ou confuso. Pelo contrário, é um filme que apesar de lento, cria situações que prendem a atenção à todo momento, transformando em uma atividade prazerosa assistir algo tão mórbido, e que de acordo com alguns, é uma ode ao suicídio.
Algo interessante em O Rei da Morte é a proposital falta de empatia do público para com os personagens. Todos os personagens do filme são vazios, como se fossem apenas seres orgânicos esperando (acelerando na verdade) a morte. Isso seria um grave defeito do roteiro se o filme não pedisse algo parecido. O Rei da Morte certamente não seria o que é se tivesse personagens "Tarantinescos", que dialogassem durante minutos e tivessem uma missão ou motivação mirabolante. O filme cria uma atmosfera incrível justamente pela sensação de abandono que sentimos durante a exibição.
Enfim, O Rei da Morte é um filme que causou muito impacto em mim quando o assisti pela primeira vez, e acho que todos que assistirem sentirão a mesma coisa.
Ps:. O suicídio de domingo é algo perigoso.
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