"Atue Alan, estou filmando!"
Como principal representante da Canibalitália (apelido dado para os exploitations italianos sobre canibalismo dos anos 70/80), Cannibal Holocaust nasceu para criar polêmica. Violência animal, acusações de assassinato e de tortura e até uma quase prisão marcaram para sempre a imagem de Ruggero Deodato, que nunca conseguiu repetir o êxito desse filme em suas produções posteriores.
O filme conta a história de um antropólogo chamado Harold Monroe (Robert Kerman), que adentra a Floresta Amazônica para procurar pistas sobre o misterioso desaparecimento de quatro cineastas americanos, que viajaram até a América do Sul para gravar um documentário sensacionalista sobre o canibalismo no século XX. O primeiro ato de Cannibal Holocaust segue o professor Monroe e seus guias na busca pelos rolos de fita que revelam qual o paradeiro dos documentaristas.
Após o encontro do material, os rolos são exibidos e uma verdade chocante é revelada: os verdadeiros canibais não são os índios.
O roteiro de Gianfranco Clerici se mostra inteligentíssimo ao denunciar a ganância dos ditos "civilizados". No segundo ato, descobrimos que Alan, Faye, Jack e Mark são os verdadeiros vilões da história, cometendo atos bárbaros contra os nativos em nome do sensacionalismo barato e uma bilheteria farta. O mais interessante disso é que para criar um clima realista para o filme, Deodato e Clerici moldaram um novo formato de cinema ; o Mockumentary, ou pseudodocumentário em português.
Esse formato que está em alta nos últimos tempos apresenta o enredo na estética de um documentário, porém não é. Está em alta ultimamente com A Bruxa de Blair e o patético Atividade Paranormal. Porém, ao contrário dos dois citados, que preferem a sugestão ao grafismo, Cannibal Holocaust é totalmente gore, não poupando o espectador de cenas nojentas e de gosto duvidoso.
Esse formato que está em alta nos últimos tempos apresenta o enredo na estética de um documentário, porém não é. Está em alta ultimamente com A Bruxa de Blair e o patético Atividade Paranormal. Porém, ao contrário dos dois citados, que preferem a sugestão ao grafismo, Cannibal Holocaust é totalmente gore, não poupando o espectador de cenas nojentas e de gosto duvidoso.
Tudo aqui é muito gráfico e mostrado na cara, inclusive cenas reais de violência animal. Reza o fato que o diretor Deodato (rima no ponto) foi condenado a prisão após a divulgação do filme, devido ao extremo realismo dos efeitos de maquiagem. Para deixar tudo ainda mais real, o atores principais foram obrigados a assinar um contrato com a finalidade de não aparecerem em público até o filme sair da mídia; porém, obviamente, tiveram que quebrar a regra e aparecer no julgamento do diretor para provar que eles não foram realmente assassinados durante a gravação.
Cannibal Holocaust é um filmaço que não poupa críticas sociais e gore, mas que infelizmente cometeu alguns excessos e sofre boicotes de determinados tipos de espectadores. É um filme difícil, que encanta a poucos, mas quando encanta...
Ps: O filme tem uma edição em DVD nacional, lançada pela Platina Filmes. A qualidade de imagem e áudio são boas, porém não acompanham nenhum extra de relevância. Recomendo a compra da edição americana da Grindhouse Releasing. Um DVD Duplo numerado com qualidade perfeita de áudio e de imagem e cheio de extras.
Ps: O filme tem uma edição em DVD nacional, lançada pela Platina Filmes. A qualidade de imagem e áudio são boas, porém não acompanham nenhum extra de relevância. Recomendo a compra da edição americana da Grindhouse Releasing. Um DVD Duplo numerado com qualidade perfeita de áudio e de imagem e cheio de extras.